terça-feira, 9 de novembro de 2010

A moral


A moral vigente é a moral da decadência, segundo Nietzsche, pois esta moral afasta o homem de tudo que é natural, afastando-o, consequentemente, da fonte.

A sexualidade doentia, verificada atualmente, nada mais é do que o estímulo sexual acumulado devido à moral atual, que condena o sexo, tornando o homem não um animal, como dizem, mas um perturbado, pois se fosse animal agiria naturalmente, como é do costume dos mesmos.

A igreja afastou o homem de Deus, rebaixando-O a um deus miserável e vingativo, que condena os desobedientes (ao padre), e recompensa aqueles que, acreditando somente no amanhã (que nunca chega), negam a vida, a felicidade, a alegria e o prazer, que são tidos como sinônimos de pecado. A esses miseráveis (que são também responsáveis por misérias alheias), está reservada a felicidade eterna, como se o presente não fizesse parte da eternidade. Estes doentes, além de abrirem mão de tudo que é “pecado” (mas que pode ser usufruído por padres e ricos), ainda subvertem a verdade, espalhando a sua imundice por todos os lados, cheios de boas (e segundas) intenções, falando em nome de “deus”, e disseminando a doença no mundo. O homem nasce da mãe natureza, e a nega, em nome de uma invenção. Não estou aqui discutindo espiritualidade, mas a crença na mesma não justifica de modo nenhum a negação da vida, pois se aqui estamos é por algum motivo. O que é nocivo é o modelo de homem criado convenientemente de modo a manter o homem doente. Quem pode provar que a matéria não é, em conjunto com o espírito, parte constituinte do todo? Por que a matéria é sinônimo de pecado? O que é observável é que esta matéria, este humano forjado pela cruz, é que é um “pecado”, pois destoa de tudo aquilo que se diz ser a obra de Deus, acreditando ser superior. Nega a própria mãe, será então aprovado pelo pai?

domingo, 18 de julho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Já não há ansiedade, agora ele segura uma palha, tira do bolso esfarrapado o fumo, que enrola com dedos hábeis e tranquilos.
Não sabe que horas são e muito menos as notícias do dia.
Coloca o cigarro na boca e o acende, vagarosamente, observando, como um rescém nascido, toda a funcionalidade do seu corpo, que após cinquenta anos ainda o surpreende.
Foram anos de luta, de crises, alegrias e tristezas.
Aos quinze se apaixonou.
A primeira paixão é como uma droga, nos provoca sensações indizíveis, e com o tempo nos leva à dependência ou à tolerância.
Mas então sentiu a angústia da abstinência.
Foram anos de lágrimas e saudades, palavra esta última que tem o inconveniente poder de nos devolver coisas, gostos, perfumes, beijos e amores. Que já não nos pertencem.
Mas o tempo voa, e esquecendo-se desta certeza reencontram-se, prometendo mutuamente nunca mais separar-se.
Então planejam o futuro, trabalham, constroem uma vida sobre sólidos alicerces. Que cedo ou tarde se desmancharão.
O homem trabalha duro quando coloca o coração no que faz, ou quando tem no coração um motivo para fazê-lo.
E o homem faz, trabalha, acumula riquezas e constrói palácios. Mas o tempo, senhor de todos os ciclos, determina que em certa manhã ele despertará e verá em cinzas tudo aquilo que um dia foi, inclusive a si mesmo.
A lenha úmida crepita na fogueira, que não perdoa, e transforma.
O olhar deste homem vai ao longe e alcança os últimos raios de sol que banham o alto da montanha.
Ele já não ouve a televisão e nem a algazarra das ruas, mas sim o cantar dos pássaros que se preparam para a noite que vem chegando.
Sentindo o cheiro do café, que esquenta no velho fogareiro, ele observa uma borboleta, que, com as asas desgastadas pelo tempo e pelo vento, já não consegue alçar voo.
Meu Deus!
Para que um novo dia nasça, é preciso que venha a noite.
E quando ela vier, que venha cheia de sonhos bons.
Sonhos onde ainda somos crianças e corremos pelos campos floridos e enfeitados de pássaros coloridos e dóceis.
E que depois de brincar sejamos acolhidos no seio de nossa mãe celestial, que nos acaricia o rosto com sua ternura infinita e, sorrindo, fala baixinho: Bons sonhos minha criança.
A criatura é feita à imagem e semelhança do criador, e assim ela vem, rasgando a noite, fumegante, deixando para trás um rastro de monóxido de carbono.
Em seu ventre carrega seres humanóides, adormecidos em um mundo onírico, com olhos vazios e almas secas, que não sabem de onde vêm e nem para onde ou porque vão, apenas seguem a programação.
São tão máquinas quanto suas criaturas, óbvio, e carregam em suas mentes artificiais alguns conceitos genéricos e sentimentos confusos: amor, Deus, esperança, razão, que apenas justificam a sua conduta.
São transportados aos bandos, apertados, expremidos, mas isolados entre si como ilhas. São despejados em lugares escuros e tristes onde, como gado, têm suas almas roubadas, sugadas, dilaceradas.
Tal qual o cavalo ,que recebe a sua ração de forma a aguentar o seu fardo, é o humanóide, cujo pagamento consiste em lixo industrializado e bens de consumo, de modo a se manter submisso no cabresto.
Quando nascem, trazem em si toda a potencialidade para viver uma vida livre e plena, mas são poucos os que resistem ao assédio persistente dos devoradores de almas.
A programação começa em casa, onde os próprios pais ensinam falsos valores, entre eles as religiões. Depois são enviados às escolas, onde aprendem que existem padrões a serem seguidos, e que não seguir tais padrões significa exclusão, ridicularização, solidão. E assim se convertem em máquinas.
Durante toda a sua pobre existência tem a vaga impressão de que algo dentro de si grita a plenos pulmões: ACORDA HOMEM!!
Poucos dão ouvidos a tais apelos.
O domínio das máquinas sobre a humanidade é vista como uma ficção futurista, mas na verdade é uma realidade dominante.
O próprio homem se transformou na máquina que o domina, e o iluminismo nos trouxe a pseudo razão, que é o programa operacional de tal maquinário.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Um sonho...

Hj eu tive um sonho...
Sonhei que já não existia o medo..
Sonhei que já não havia a fome...
Sonhei que já não eram gananciosos os homens...
E que os únicos valores existentes,
não eram valores que levavam à guerra...
Sonhei que todas as pessoas tinham uma espécie de
visão especial que viam em cada ser um ser igual a si mesmo...
Sonhei que não dormiam nas ruas as crianças,
e nem em palácios os reis...
Sonhei que os governantes plantavam flores,
e não construiam bombas...
Sonhei que todos tinham um pouco,
e não alguns tinham muito...
Sonhei que o ser humano fazia parte da natureza,
e não queria ser o seu senhor...
Sonhei que os nescessitados eram mais importantes
do que o programa espacial...
Sonhei que as pessoas sentiam Deus em si mesmas,
e sabiam que não existe intermediário entre Pai e filho...
Sonhei que a vida é que era um sonho...
e que o sonho era a realidade...
Agora passo os dias sonhando...
E a noite quando adormeço me perco no infinito,
e penso comigo mesmo:
Não foi nada, foi só um pesadelo....

segunda-feira, 14 de julho de 2008

"Amor?
Receios, desejos,
promessas de paraísos,
depois sonhos,
depois risos,
depois beijos!!
Depois...
E depois amada?
Depois dores sem remédios,
depois pranto,
depois tédio,
depois nada..."

Menotti del Picchia

domingo, 1 de junho de 2008

Hipnotizados.

Liberdade!!!
Você acha que é livre?Doce ilusão.
Livre do cárcere?
Não, pois suas casas tem trancas e grades.
Livre para pensar?
Não, pois só escolhemos entre os pensamentos indicados.
Livre para falar?
Não, pois somos reprimidos, e preferimos nos abster.
Livre para escolher?
Não, preferimos que escolham por nós.
Livre para ser feliz?
Não, pois a felicidade é cara, e não temos dinheiro para comprar.
Somos escravos, escravos de nós mesmos e deste maldito ego que
nos sobe às costas. Somos cavalos, escravos, coitados.
Somos nescessitados, de comida, de bebida, de cigarro, de televisão,
de internet, de emprego, de status, de dinheiro, de carro, de amor.
Pobres seres caídos na rede da ilusão.
Buscamos o irreal, buscamos aquilo que se gasta e se acaba. E sucumbimos.
Quantos homens se acabaram ao perder seus empregos?
Quantos homens se suicidaram ao perder suas esposas?
Quantos homens amalduçoaram a Deus ao perder seu status, seu carro, sua bela casa?
Quantos e quantos...
Se soubessem, se ao menos desconfiassem de que tal perda era o convite à felicidade.
Mas não, se enfurecem como bestas demoníacas, praguejam, amaldiçoam.
E ainda tem a coragem de questionar: Deus, porque permitiu que isto me acontecesse?
Vejamos o exemplo do Buda.
Nascido em berço de ouro, reconheceu o erro comum e foi em busca da luz.
Eliminou o ego e morreu, morreu desta para o infinito, pois quem se apega a este mundo
é feito dele, nele se compraz, e cada um tem o livre arbítrio.
Não necessitamos negar o mundo, mas as paixões que nos acorrentam nele.
Deixemos de ser coitados nescessitados e lembremos que somos uma centelha divina.
O universo nos pertence, o tempo é uma ilusão, assim como todas nossas queridas paixões.
E agora eu vos pergunto:
Quem vai ficar, quem vai partir?
quem vai chorar, quem vai sorrir?

terça-feira, 13 de maio de 2008

A vida é como uma peça de teatro,
abrem-se as cortinas e
temos um tempo para darmos o nosso show,
no final somos aplaudidos e glorificados, ou
vaiados e esquecidos.

sábado, 10 de maio de 2008

DONOS DA VERDADE

Pobres seres estes que pensam serem os donos da verdade, e como se não bastasse tal delírio se acham no direito de criticar, maldizer e retaliar quando possível quem pensa diferente. Mas que é a verdade? Será a verdade constante e exata ou algo relativo e mutável? Penso ser relativo e mutável, pois o que é verdade hoje pode ser desmentido amanhã pela investigação e por novos conhecimentos. Cada area com seus métodos e experiências, religião, espiritualidade, ciência , história, etc...A religião, que outrora foi ditada pelo catolicismo, que impôs sua filosofia pela espada e pelo fogo, atualmente é amplamente discutida e transformada, resultado já de uma insuficiência causada pelos novos tempos e novas questões, como deve naturalmente ser, seguindo novas descobertas e investigações no ramo da história, entrando no campo da espiritualidade, que por sua vez é influenciada pela ciência moderna, física quântica e relativista, cosmologia, etc...
Diante disso chega-se a inevitável conclusão: Tudo é teoria!!!
Que bom, penso eu, imagine o tédio de um universo estático e constante. Pode-se dizer que é constante, mas uma constancia inconstante, infinitos ciclos, o caos em ordem.
Pobre ser aquele que pretende entender a lógica divina, coitado.
A matemática, a física moderna, que desbancou a física clássica em vários conceitos, e todas as áreas do conhecimento serão cedo ou tarde insuficientes e serão substituidas e adaptadas à sua época, e assim sucessivamente em busca da verdade, em busca do real, mas o real não pode ser medido, pesado, calculado e nem mesmo pronunciado, tal busca é em vão.
segue um conto:
"Um padre, que frequentemente visitava uma tribo índigena para lhes ensinar religião, certo dia foi a visitar essa tribo. Tomou o barco a fim de cruzar o rio e quando foi chegando notou um índio correndo em sua direção por sobre as águas, que chegou ao barco e perguntou ao religioso como era tal oração que havia esquecido. O padre, perplexo, chegou a conclusão: Não importa, Deus fala todas as línguas.

sábado, 26 de abril de 2008


Como dizia Chico Xavier: "De todos os livros que escrevi, se um deles ajudar realmente, uma pessoa que seja, me darei por satisfeito".

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O amor...ah o amor!!!

O amor é lindo. É, deve ser mesmo, sublime, maravilhoso. Digo "deve ser " pq eu não o conheço, não que eu me lembre. Sou um miserável insensível, tenho pena de mim mesmo por não ter sentidos para sentir o amor.
Pois o amor é o sentido de tudo, a razão da existência, pois se não existisse O SER, que é o maior e mais puro amor, nós não existiriamos, haja amor para suportar tamanhas mal criações, mas sim, o amor é isso, ao menos na teoria, mas que SER seria esse que amaria incondicionalmente? Eu amo? Não, é óbvio que não, quem dera eu poder amar, ou não? Será que eu quero amar? Penso que não, pois onde esconderia todos esses meus demônios que são o que penso ser eu mesmo? Quero eu me despir de mim? Claro que não, que idéia, pois o que seria de mim então? Um nada? Pobre e sofredora alma que sou, tenho medo, o medo é o maior dos males, pois impossibilita a maior das virtudes :o amor...ah o amor...
O amor é vulgarizado todas as horas, quantas vezes ouvimos uns dizerem que amam outros. O amor é moda, muito se fala, porém...Assim como O SER, vulgo Deus, também é moda, muito se ouve falar, mas quem o conhece? A experiencia é insubstituível, a teoria, ou teorias no caso, e muitas delas, nada valem. Mas são tão belas algumas, pois é, que decepção.
Muitas pessoas dizem que amam. Que ótimo, penso eu, mas será que amam realmente? Uma esposa que ama o seu marido irá lhe perdoar se descobrir que ele sai com a secretária? E o marido, será que perdoará sua esposa se descobrir que ela transa com o padeiro? O que ama a bela, a amaria se fosse feia? A que ama o rico o amaria se fosse pobre? A que ama o sadío o amaria se fosse doente? Quem ama um o amaria se fosse outro? NÃO. O que sentimos é amor? NÃO. O que chamamos de amor nada mais é do que conveniência, desejo, interesse, medo, egoísmo, é só refletir onde está o amor em nossas relações.
Muitos podem me achar frio, pois prefiro a frieza à falsidade, digo não a esses falsos conceitos que escravizam essa pobre humanidade, da qual eu faço parte também. Pois o mal se veste de bem, e engana a muitos com seus sentimentalismos baratos, fúteis e levianos.
Temos muitos exemplos de amor, amor do SER é o maior deles, grandes seres de luz também nos demonstraram a experiência do amor, e um destes deixou para nós o segredo, resumindo em uma frase o seu ensinamento:"amai-vos uns aos outros como eu vos amei".